28 de fev. de 2011

Fim de semana no jardim...

Como eu já expliquei em alguns posts, eu e o Stefan (e outros 2 casais) "compramos" um jardim que fica perto de casa pra aproveitarmos mais o verao, termos a chance de fazer um churrasquinho quando tivermos vontade, relaxar, plantar algumas coisinhas....

A alemaozada estava esse final de semana enlouquecida, porque finalmente iria fazer sol e entao, poderíamos iniciar os primeiros trabalhos no jardim... Ressaltanto que fazer sol nao significa fazer calor, ou seja, lá estávamos nós capinando a 5º com uma sensacao térmica de -2º. Mas pra eles, "quentinho"! Talvez depois de 30 anos na Alemanha a minha opiniao mude...

Vale comentar que antes de nós comprarmos o jardim, um senhor bem idoso era o dono e ele foi mais ou menos por 60 anos o proprieário. A casinha que está lá agora é minúscula, mal tem cercado pra dividir o jardim dele dos outros jardins vizinhos, a macieira que tem bem no meio do terreno parece mais de filme de terror e nao deve ter sido podada há uns 10 anos e pior ainda: ele usava o terreno todo só pra plantar legumes e verduras, ou seja, nao tem um espaco com grama pra colocar uma mesinha, cadeiras, relaxar... O que significa que temo MUITO trabalho pela frente.

Aqui vao algumas fotinhos...


A macieira que eu mensionei.. Dá medo, nao dá?!


O nosso mascotinho lindo, filho da minha amiga. Imagina lavar esse macacao depois desse sábado?!


A casinha atual nao está aparecendo na foto, mas aqui dá pra ver que nao tem cerca que divide o nosso terreno dos outros. Nessa área, eu e o Stefan tiramos toda a plantacao que existia e tentamos preparar a terra pra receber a grama.


No final do dia, alugamos um carro pra irmos na loja de materiais de construcao pra comprarmos terra, adubo e madeira pra construirmos uma estufa.


E aqui sou eu no domingo plantando as primeiras sementes pra assim que brotar, transferirmos pro jardim... Plantei um monte de ervas e tomates, pimentao, salada, cenoura...

E assim foi meu final de semana! To já me empolgando com o jardim e louca pra que realmente comece a esquentar pra darmos início à construcao da nova casinha. E voces, o que fizeram no findi?!

25 de fev. de 2011

Uma receitinha!

Como eu contei no post passado, ontem foi o dia das meninas da Uni virem aqui em casa me visitar. Foi divertido, me surpreendi. Talvez por ter esperado muito pouco, hahahaha.

Eu vou postar pra voces uma receita que eu fiz ontem e que foi um sucesso! Quem sabe alguém nao se anima pra fazer no final de semana?!

A receita eu amo, amo, amo de paixao. Quando comemorei meu aniversário ano passado fiz ela também e depois o que recebi de e-mail dos amigos perguntando a receita, foi incrível! A minha amiga russa um dia me ligou porque tinha um casamento e queria fazer essa minha receita pra levar pros noivos (casamento simples, de estudantes...). Segunda ela, todos perguntavam que "salada" era essa e ela dizia que era uma "salada brasileira" :P

Salpicao da Sogra
(do Mais Voce)

Ingredientes:
1 peito de frango cozido e desfiado
2 cenouras medias cruas raladas
1 cebola média cortada em cubinhos
2 maças sem casca e cortadas em cubinhos
100g de uvas passas (s/caroço)
100g de azeitonas cortadas
5 talos de salsao cortados
1 lata de milho verde
1 lata de ervilhas
1 pacote de batata palha
maionese a gosto

Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes e coloque por último, pouco antes de servir, a batata palha e a maionese, pra que a batata nao amoleca. Sirva frio.



É bem fácil de fazer, rende bastante, deixa voce satisfeito, mas nao é nada pesado. A receita original manda colocar um vidro todo de maionese. Como eu nao gosto tanto assim de encher de maionese, eu coloco algumas colheres, só pra dar um pouco mais de consistencia mesmo.

E o bom, pra quem mora na Europa, é que todos os ingredientes sao fáceis de encontrar. Pelo menos aqui na Alemanha... E o salsao faz toda a diferenca na receita!

Um bom final de semana à todos!

21 de fev. de 2011

Sobre a Alemanha e o relacionamento entre pessoas...

Fim de semestre, as provas acabaram e eu, to "de férias" até Abril. Uma maravilha!

Hoje eu to passando aqui pra fazer uma reflexao sobre, como o título diz, a Alemanha e amizades, ou melhor, o relacionamento entre pessoas.

Acho que no mundo todo todos tem uma visao dos alemaes como pessoas frias, duras, objetivas e talvez até um pouco rudes demais. Eu já recebi aqui em casa vários amigos que vieram do Brasil passear, tios, tias, primos, pai... E nao teve uma pessoa que nao tenha me dito que se surpreenderam positivamente com os alemaes e sua personalidade. "Mas eles sao tao simpáticos, né?!" foi uma frase que eu sempre ouvi de turistas que esperavam encontrar alemaes grosseiros por tudo quanto é parte.

Eu tenho que dizer, que eu admiro muito o povo alemao. Sao pessoas que carregam nas costas há geracoes um passado nada alegre, um sentimento de culpa pela história que tiveram e o que acho mais incrível ainda, é ver como o país se reconstruiu depois de tanta destruicao em um período bastante curto de tempo. Esses fatos históricos acho que sao indispensáveis pra se entender o movo de ver a vida de um povo.

Eu acho a pontualidade aqui uma coisa fantástica, os alemaes sao ótimos anfitrioes, se dedicam bastante no que fazem, adoram se movimentar, passear na natureza, sao muito sinceros e enfim... Eu teria muitas coisas positivas a dizer sobre eles....

MAS....! Nao foi por causa disso que eu comecei esse post. Eu quero falar sobre uma coisa que eu reflito ao longo desses 4 anos e ainda nao cheguei a uma conclusao...

O primeiro contato que eu tive com "amizade" na Alemanha foi com a irma do meu pai anfitriao que era só 3 anos mais velha do que eu e estava morando na casa onde eu morava assim que cheguei na Alemanha. A Kati era uma pessoa muito bacana, conversávamos horrores, saíamos juntas e eu dava altas dicas pra ela, que era uma pessoa que a família controlava cada passo, porque ela já tinha feitos algumas várias besteiras na vida. A Kati se mudou depois de 1 mes pra Munique e eu, nunca mais tive notícias dela...

Depois os meus pais anfitrioes ficavam insistindo pra eu ir na Igreja deles, porque lá tinha muitos jovens e eles achavam importante eu conhecer alemaes, e nao só ficar saindo com brasileiros. Eu também achava.... Só que se tem uma coisa que eu acho terrível é ficar forcando um contato que nao tem nada a ver. Eu cheguei a ir pro cinema com "amigos" da Igreja deles, fui convidada pra festas de aniversário, as pessoas eram super simpáticas e tinham interesse em saber coisas sobre a minha cultura... Mas era uma coisa forcada demais, na minha opiniao. Sabe aquela sensacao que se nao fosse pelo empurrao de determinadas pessoas, voce nunca faria alguma coisa com essas pessoas?!

Aí depois eu me rendi aos meus amigos brasileiros, que compartilhavam o mesmo modo de ver a vida que eu, o mesmo interesse em viajar pela europa com 260 € no mes, que reclamavam do trabalho de AuPair assim como eu, que estavam dispostas a dormirem uma na casa da outra espontaneamente, só pra "se livrar" um pouco da rotina de AuPair, enfim.... Mas ainda assim eu me perguntava em algumas situacoes: "será que se eu tivesse no Brasil e conhecesse essas pessoas, eu seria amiga delas?".

Aí chegou a hora de trabalhar de verdade e de ir pra faculdade. Eu pensei: "nossa, vou conhecer muita gente!" E conheci.... Mas nao com a ingenuidade que eu tinha, de fazer vááários amigos.

Eu tenho a sorte de estudar uma coisa na qual as pessoas sao super abertas, amam novas culturas, sao cosmopolitas. Mas parece que ainda assim isso nao é suficiente.

Na Alemanha as pessoas antes de te darem a chance de te acharem simpáticas, elas tem que saber a sua biografia de vida. Como voce se chama, quantos irmaos voce tem, de onde voce é, quantos habitantes tem a sua cidade, há quanto tempo voce tá na Alemanha, o que voce faz da vida, quantos anos voce tem, porque voce quis vir pra Alemanha, como sao as temperaturas na sua cidade, onde voce mora agora, o tamanho do seu apartamento, o valor do aluguel, se o valor é quente (com gastos extras inclusos, como gás, água, etc) ou frio…. E isso só nos primeiros 10 minutos de conversa. E o que é mais interessante, é que voce responde tudo, tem uma conversa até que agradável e no dia seguinte, ve essa pessoa de novo e ela diz „oi…“ e morreu. Aí voce se pergunta „gente, é ilusao da minha cabeca ou eu realmente bati ontem altos papos com essa pessoa? Porque ela nao fala direito comigo?!“ Bem-vindo! Voce está no universo de como fazer amigos na Alemanha!

Há algumas semanas atrás as meninas do meu curso comecaram a marcar umas programacoes pra se encontarem mais vezes. Afinal, estamos há quase 3 anos estudando juntas. Vejam que agradável…. Depois da aula estou eu, uma amiga russa e a alema X esperando as outras meninas pra irmos, como de praxe, na cantina comermos juntas. A alema X convida na minha frente a russa pra ir no dia seguinte jantar na casa dela. Depois chegam as outras meninas e se juntam ao grupo. A alema X convida também a alema Y e a alema Z pra irem a sua casa. E eu, só prestando atencao na situacao descarada de ela convidar todo mundo na minha frente, mas nao me convidar. Até que quando a gente ia se despedir, ela veio com o papo “ah, Karla, se tiveres com vontade, vem também!”. Anhan, ok…. Vou pensar no caso…

Dias depois o mesmo grupo de meninas se encontram no cinema e eu escuto a mesma alema X dizendo: “Alema Y, alema Z e russa, nao se esquecam de quinta-feira”. Daí eu pergunto “quinta-feira o que?”. “Ah, nós vamos sair”, responde ela e morre o papo. Até que a outra alema me diz “Karla nós vamos sair na quinta pro lugar tal, vamos com a gente?”. Anhan, ok…. Vou pensar no caso… [2]. Horas depois voce chega em casa e ve que a alema X mandou pelo Facebook o convite da festa pra todas elas, menos pra voce. E voce se pergunta se está realmente sendo sacaneada na cara pela menina, ou se os alemaes sao assim mesmo, nao fazem por mal…

Aí depois de voce viver a situacao descrita acima diversas vezes, voce comeca a achar super, super estranho quando um alemao comeca a mostrar interesse em ser o seu amigo por diversos dias, comeca a te ligar… Eu posso dizer que a Alemanha, me vez de uma certa forma, uma pessoa anti-social. Quando alguém comeca a me ligar pra querer bater papo ou me convida pra fazer isso e aquilo, eu comeco a fugir literalmente dessas pessoas, porque fico achando que ela nao quer ser minha amiga, mas sim, quer algo de mim. É triste, mas é verdade….

Mas eu tento ver o lado bom da coisa… Aqui na Alemanha as pessoas tem pouquíssimos amigos, mas esses amigos sao realmente pra vida toda. Sao pessoas que fazem tudo por voce, te ajudam a reformar o seu apartamento novo, te ajudam na mudanca, atravessam a Alemanha inteira pra ir ao seu aniversário. Enfim, aqui qualidade é importante e nao quantidade.

E é por isso que eu sou muito grata de ter minhas amigas brasileiras maravilhosas por aqui, minha amiga italiana, a russa, a ecuadoriana, a tcheca, porque eu acredito, que de uma forma ou de outra, todas nós compartilhamos os mesmos pensamentos em relacao a fazer amizades por aqui. Ah! E também nao posso deixar de lado a minha amiga alema que eu adoro, que ama o Brasil, aprende portugues, mas só por essa descricao já dá pra ver o porque que a gente se entendo tao bem! Do mais… que saudade gigantesca da minha amiga e alma-gemea Ló, que tá no Brasil e que me faz tanta, tanta falta!

E como eu sou brasileira e nao desisto nunca, as meninas da faculdade estao vindo aqui em casa na quinta-feira pra experimentar comida brasileira. To só esperando pra ver no que vai dar…

9 de fev. de 2011

Estudando, Learning, am Lernen!

Oi gente, eu espero que a vida de voces esteja mais agradável que a minha no momento...

Tirei férias do trabalho, mas infelizmente nao foi pra viajar: há duas semanas que eu nao faco outra coisa a nao ser estudar.

To já na reta final na faculdade, penúltimo semestre, provas escritas, orais, apresentacao da penúltima etapa do TCC. Ai, minha cabeca dói!

To indo agora dormir pra estar com a cabeca no lugar amanha e deixo pra voces uma fotinho da minha mesa que eu "organizei" antes de ir deitar:


E a pobrezinha da Elli, que fica sempre por onde eu estou e deve tá mais do que entediada nos últimos dias:

Daria tudo pra ter uma vida assim como a da Elli: sem responsabilidades!!

1 de fev. de 2011

Já fazem QUATRO anos!!!!

No dia 31.01.2007 eu estava chegando em território alemao pela primeira vez na vida. Só com blusas de alcinha, sem bota, sem casaco, mas com uma vontade enorme de aproveitar o meu "um ano"!

Eu lembro perfeitamente como os meus últimos 6 meses no Brasil foram.... Em julho tinha ido à Sao Paulo assistir aulas na faculdade onde eu queria fazer meu mestrado em Jornalismo Internacional, aprovado o curso e decidido que em Janeiro, logo após a minha formatura, eu iria pra lá...

Chegando em Belém em agosto, recebi um e-mail de uma menina que fazia curso de alemao e que eu conhecia, dizendo que o ano de Au Pair dela estava acabando e se eu nao teria vontade de ir substituí-la. Fiquei com aquilo na cabeca... eu já conhecia o programa de Au Pair desde os meus 15 anos, época em que eu queria fazer High School nos EUA e minha mae barrou. Aí revoltada, pedi milhares de panfletos de programas de intercambio pra fazer depois dos 18 anos, quando "ninguém mais podia mandar em mim".

Naquela época eu queria passar 1 ano nos EUA, mas assim que entrei na faculdade, pensei que teria que buscar algo diferente.... Ingles, Espanhol, Frances, sao línguas "comuns" de se falarem no Brasil. Eu queria ser correspondente internacional e deveria aprender uma língua incomum e que de quebra, ainda gostasse: o alemao!

Me inscrevi no curso de alemao, tive brigas com o meu primeiro namorado, porque eu vivia falando sobre ir pra Alemanha "algum dia" e ele, na flor dos nossos 18 anos, achava que eu nao pensava num futuro "a dois". Ainda bem que eu achava esse papo naquela época tao absurdo quanto acho hoje!

E foi assim, que esse e-mail que recebi, redespertou uma vontade que tava meio que longe da minha realidade na época. Mas ele me inquietou de uma tal forma, que decidi conversar com o meu pai e meu namorado na época. Minha mae é muito sentimental e a poupei, porque se nao, nao tomaria nenhuma decisao sensata.

Meu pai me apoiou, meu ex-namorado também e aí nao parei mais.... A família da minha conhecida só precisava de Au Pair pra marco/abril e eu queria ir o quanto antes, pra voltar o quanto antes e comecar minha pós-graduacao entao em fevereiro de 2008, quando voltasse da Alemanha.

Em 6 meses achei minha família, pedi visto, comprei passagem, terminei de escrever meu TCC em jornalismo, o defendi, me formei numa sexta-feira, terminei meu namoro de 2 anos e no domingo, embarquei pra Sao Paulo, onde fiquei uns dois dias com o meu pai e embarquei pra Alemanha.

uma das primeiras fotos que tirei na Alemanha, magra até nao poder mais, com casaco emprestado e com meus primeiros amigos Diane e Edu =)

Nesse ano, apesar de passar o pao que o diabo amassou, pisou e cuspiu em cima, eu nao sofri por estar longe de casa. Eu me preparei esses 6 meses pra viver esse um ano fora e nao tinha porque sofrer, logo logo, eu já voltaria pra casa. Sofrer, só iria dificultar a minha vida.

Me lembro como se fosse hoje eu fazendo o meu check-in em Sao Paulo. O sistema tocou uma musiquinha e a atendente saiu pra telefonar. Voltou e me disse que eles tinham uma vaga livre na classe executiva e que o sistema me sorteou pra ocupá-la. Quando me ví, estava em uma salinha VIP com internet, telefone, queijos e tudo mais.... Entrei no aviao e nessa classe estavam só homens de paletó e eu, com mochila, tenis e indo ser babá na Alemanha. Lembro que um holandes que sentou ao meu lado me perguntou o que eu estava indo fazer e eu disse "estou indo estudar alemao por um ano". No mínimo o cara pensou que meus pais eram milionários, hahahaha.

Nesse um ano eu viajei muito, mas muito mesmo. Eu ganhava 260 Euros por mes e 240 eram reservados pra viajar. Afinal, com um salário de jornalista, quando eu teria a chance de novo de vir pra Europa?!

O ano foi passando, os problemas com a família anfitria que nao existiam apareceram e depois de 8 meses mudei de família. Pensando que meus problemas iriam acabar, eles só estavam comecando. Vivi coisas que até hoje quando conto ninguém acredita. Mas nesse ponto eu já tinha decidido que eu queria que o meu alemao melhorasse mais e que eu queria estudar aqui. Entao, eu tinha que fazer o que fosse pra conseguir alcancar meu objetivo.

Até que em fevereiro de 2008 apareceu o meu Stefan na minha vida e fez tudo mudar. Fiquei na casa dos "monstros" até setembro de 2008, logo consegui um emprego numa loja por aqui, em outubro comecei a estudar e eis que já estou aqui há QUATRO anos, com um trabalho bem melhor, terminando a faculdade em julho, com o meu ape, meu amor e um cachorro lindo de morrer.

Eu confesso que to orgulhosa de mim e ver que tudo mudou, que conquistei muitas coisas. Mas o receio bate.... Antes todos diziam "voce está só há 3 anos na Alemanha e fala tao bem alemao?!"... E agora, aos poucos voce nao recebe mais tantos elogios.... há quanto mais tempo voce fica num país, maior é a sua "obrigacao" de falar o idioma perfeitamente...

O tempo voa, literalmente....